Para a segunda metade do ano como um todo, porém, as incertezas são grandes, sobretudo no que diz respeito à dinâmica da pandemia
Os primeiros indicadores de atividade para julho sinalizam que a recuperação no terceiro trimestre, após o fundo do poço esperado para abril a junho, pode ser mais rápida do que o previsto inicialmente, ao menos no curto prazo. Para a segunda metade do ano como um todo, porém, as incertezas são grandes, sobretudo no que diz respeito à dinâmica da pandemia, à reação dos serviços, ao fim de programas do governo e a perspectivas fiscais.
Eduardo Yuki, economista-chefe da Panamby Capital, traça um “percurso” de indicadores mais positivos para o início do terceiro trimestre, da demanda à oferta. Desde meados de abril, ele diz, índices de isolamento social vêm diminuindo. “A dúvida é se as pessoas saem de casa para dar uma volta no quarteirão ou para retomar algum consumo ou atividade produtiva.”
O indicador semanal da Cielo para faturamento das vendas no varejo, que chegou a tombar 52% na segunda quinzena de março, ante o momento pré-pandemia, caía 13% na última semana de julho. “É um pouco mais de consumo voltando”, diz Yuki. Economistas citam ainda, para “medir” o comércio, a venda de veículos, pelos dados da associação dos concessionários, que subiu 26% ante junho, segundo ajuste sazonal da LCA Consultores.
Em outra frente, diz Yuki, levantamento do Google para o Brasil aponta um retorno da locomoção ao trabalho — está 1% abaixo da média anterior a março. “Quem trabalha liga computador, ar-condicionado, e os dados diários da carga de energia do ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico] mostram o consumo no início de agosto já em nível similar ao do mesmo período do ano passado”, afirma.
Fonte: Udop, com informações do Valor Investe (escrita por Anaïs Fernandes)