No Rio Grande do Sul, referência para os preços nacionais, a saca de 50 quilos tinha média de R$ 106,65 no dia 24 de setembro, ante R$ 105,40 por saca no dia 17 de setembro
Os preços domésticos do arroz seguiram em elevação no mercado brasileiro na penúltima semana de setembro,apesar da decisão do Governo Federal de retirar a Tarifa Externa Comum (TEC) para 400 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul até 31 de dezembro. No Rio Grande do Sul, referência para os preços nacionais, a saca de 50 quilos tinha média de R$ 106,65 no dia 24 de setembro, ante R$ 105,40 por saca no dia 17 de setembro. Em 30 dias, a alta acumulada era de 84,10%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação chegava a 134,68%.
Desde o ano de 2002 os preços brasileiros do arroz não estiveram tão elevados frente aos norte-americanos (referência da CBOT). “Com o avanço da colheita norte-americana, o aumento da oferta nos Estados Unidos tende a frear as exportações brasileiras nos próximos meses para países caribenhos”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.
O reflexo já começa a ser sentido nos últimos relatórios semanais de exportação divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). “Pela primeira vez na temporada, o país vem importando mais do que exportando (até esta segunda semana de setembro)”, ressalta o analista.
Viana entrou em contato com uma fonte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para saber da capacidade de exportação de arroz norte-americano para o Brasil e a reposta foi otimista. “Desde a notícia da cota, já ouvi falar de uma venda confirmada de 30.000 toneladas de arroz em casca e outra de 120.000 toneladas que estava sendo finalizada”, comenta Katie Woody, adida do USDA.
De acordo com o USDA, as exportações dos EUA vão aumentar um pouco em relação ao ano passado. “Logo, a produção dos EUA provavelmente tem espaço para preencher pelo menos parte da cota além do comércio normal. Falei com as principais associações norte-americanas de arroz e elas estão confiantes de que terão abastecimento suficiente para exportar”, comenta a adida.
“Ou seja, os EUA devem confirmar grande participação neste volume de 400 mil toneladas livres da TEC na importação de arroz ao Brasil nos próximos meses”, prevê Viana.
Fonte: Canal Rural, com informação da Agência Safras